Língua Alemã


Gramática Real Da Grande Obra De Arte
Gramática Geral E Universal
De Marcabrü Aiara

Da Terceira Secção – Inventário e Enciclopédia
Contributo Linguístico do Misticismo Alemão (I)
(In História da Língua Alemã, Peter von Polenz. Fundação Calouste Gulbenkian)
“A verdadeira conquista dos místicos para a língua alemã resultou da luta séria e implacável que travaram com o problema do ‘indizível’. O que no latim tinha sido anteriormente dito, escrito e fixado terminologicamente de cem maneiras, já não chegava agora para abarcar linguisticamente a ‘incompreensibilidade’ (unbegrifelichkeit) de Deus. O que surgia como ‘inefável’ (unuzsprechelich) ou ‘sem palavras’ (wortelos) tinha, porém, de tornar-se dizível (gewortet ‘posto em palavras’) através de maneiras de dizer diferentes e sempre renovadas, e isto só se podia fazer na língua materna. Os místicos lutaram, em tentativas sempre renovadas, por tornar compreensíveis os seus pensamentos e vivências íntimas. O resultado destes esforços foi o enriquecimento da língua alemã com um número tão grande de palavras e locuções, que ainda hoje dificilmente nos é possível falar de assuntos filosóficos ou psicológicos sem utilizar expressões de origem mística. As abstracções formadas com -heit, -keit, -unge, e -lich são especialmente características, por exemplo enpfenclicheit (‘receptividade’), geistekeit (‘espiritualidade’), unwizzenheit (‘ignorância’); aneschouwunge (‘intuição’, ‘contemplação’), schuolunge (‘instrução’), inbildunge (‘imaginação’); anschouwelich (‘eidético, plático’), enpfindelich (‘sensível’), wesenlich (‘essencial’), bildelich (‘representável’, ‘figurável’).”


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