Gramática Real

Gramática Real da Grande Obra de Arte
Grammaire Royal de La Grand Ouvre de L’Art
Lauda, Gradus e Plena
E seus Cantares Teológico, Discipular, Místico e Devocional
Ouvrage, Grammaire et Encyclopédie

(De Marcabrü Aiara)

A Gramática Real da Grande Obra de Arte é uma Gramática Geral, tributária em sua justa  medida da Gramática de Port-Royal, de Arnaud e Lancelot.

Inscreve-se também na tradição linguística da Gramática Universal, no sentido em que reafirma que determinados princípios comuns subjazem a todas as línguas naturais, e no sentido de ser uma gramática de base comparativa, que procura descrever e classificar todos os fatos que ocorrem universalmente em todas as línguas.

É uma busca pela transcendência, uma busca pelo sagrado, uma busca pela plenitude na vida cotidiana. Uma Obra para que a Arte, As Línguas e A Espiritualidade não sejam reduzidas à  meras mercadorias, mas que sejam uma expressão da potência do todo, do deslumbramento da existência, do encanto da vida, que sejam uma expressão do ventre profundo do cosmos.

Uma Arte que manifeste o potencial divino na humanidade – “espaço infinito do possível” - em toda sua plenitude.
Uma busca pela beleza sublime, que eleve o corpo, a mente, o coração e a alma aos sete céus, revelados por Dante.

Uma arte que concilie natureza e civilização, atemporal, universal, que celebre os Deuses e Deusas antigos do paganismo universal, e uma Arte que seja um ofício diário, um labor e uma oração, uma arte realizada como quem reza, como quem medita e contempla, como um ritual.

Em se tratando de uma Gramática Geral e Universal, nossa Gramática Real está escrita em sua gênese em diversos idiomas, algumas vezes vertidos à Língua Portuguesa no Brasil, outras vezes permanecidos sem tradução.

A Gramática Real da Grande Obra de Arte diferencia-se das outras modalidades de gramática porque estabelece entre a gramática das línguas correspondências, conexões, equivalências e traduções com os saberes da música (e outras artes) e das tradições espirituais (principalmente em seus aspectos místicos e esotéricos); portanto a Gramática Real versa sobre as línguas, as tradições musicais (e outras artes) e as tradições do espírito :

Dans la section s'appellè Encyclopédie, La Grammaire Royal traite aussi de la dimension spirituelle de la musique (l'ésotérisme musical), que selon Joscelyn Godwin est "la musique considérée comme un art révélateur de dimensions à caractère ésotérique : harmonie des sphères, correspondances entre les monde, l'âme et le corps humains, correspondances occultes au sein de la nature et entre les nombres, pouvoirs et devoirs de l'art tonal... Aucun art sans doute, aucune science ne touche à autant de régions de la connaissance que la musique considérée comme le miroir (speculum) de l'univers entier."

A opção espistemológica da Gramática Real atravessa criticamente a epistemologia renascentista entre um e outro viés espistemológico abordado transversalmente, incluindo e principalmente a epistemologia teosófica :

 "L'épistémologie du XVI siècle se caractérise par un discours analogico - symbolique, fondé sur le principe d'une harmonie générale du cosmos dans lequel chacune des parties renvoie les unes aux autres et à la totalité. Dans ce type de savoir, la musique joue un rôle essentiel en tant que miroir de l'univers, matérialisation du macrocosme et des rapports qui le structurent.

Cette théorie de l'harmonie universelle remonte à la plus haute Antiquité. Elle prend sa source dans la philosophie de Pythagore et persiste jusqu'à l'aube du XVII siècle, où on la trouve comme modèle dans des domaines aussi divers que la musique ou la science".

(Brigitte - Van Wymeersch. Descartes et l'Évolution de l'Esthétique Musicale)

Gramática Real, Universal e Atemporal

Esses três axiomas são os fundamentos epistemológicos da Gramática Real Da Grande Obra De Arte :

I) O som, nós sabemos, é metafisicamente anterior à luz (por exemplo, o Verbo do Criador, tanto no Gênese quanto nos mitos egípcios e indianos, precede a aparição da luz. (Joscelyn Godwin)

II) O inconciente é estruturado com uma linguagem. (Lacan)

III) A música é uma linguagem que significa a si mesma. (Jacobson)

Manifesto :

_A Gramática Real postula um “cuidado cabalista com a linguagem”. (Detlev Kremer)

_Acolhe e traduz em timbre brasileiro lato a expressão de Walter Benjamin die reine Sprache : pura língua ou a pura linguagem, assim como o conceito do mesmo autor de Sprachaufsatz : é a tradução da linguagem das coisas para a linguagem do homem. Na própria origem da linguagem humana há uma operação de tradução, anterior mesmo às próprias línguas, tradução do âmbito da linguagem da natureza (física e metafísica) para o domínio da linguagem humana em todas as suas formas, línguas mas também folklore, cultura e civilização.

_No centro da Gramática Real estão as funções da linguagem  de exteriorização ou manifestação psíquica (em alemão Kundgabefunktion), do austríaco Karl Bühler, e as funções metalinguística e poética, dentre as seis funções estabelecidas pelo Círculo Linguístico de Praga.

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