Vampiro

"O vampiro vive sem que o tempo o leve pouco a pouco à morte : ele prospera tanto tempo quanto possa nutrir-se do sangue dos vivos; E seu corpo não projeta nenhuma sombra; sua imagem não se reflete no espelho... ele pode aproximar-se de alguém, envolto numa bruma que ele mesmo suscita... O vampiro aparece como grãos de poeira sobre os raios do luar. Ele, que não é um ser conforme à natureza, deve, contudo, obedecer a algumas de suas leis - não sabemos por quê. Seu poder cessa, como aliás o de todas as forças malignas, aos primeiros clarões da aurora. Assim, o vampiro pode, às vezes, realizar sua própria vontade, contanto que respeite as limitações que lhe são impostas e se confine ao seu território : seu caixão, seu inferno, ou ainda um lugar não bendito. Dizem também que ele só pode transpor águas vivas na maré alta ou quando o mar está parado. Depois, há coisas que lhe tiram todo o poder, como o alho, já sabemos. Quanto à estaca que se enfia em seu coração, sabemos que ela lhe proporciona também o repouso eterno, repouso que ele igualmente conhecerá se lhe cortarmos a cabeça."
(Bram Stoker)